“Isso é uma questão de gosto”. Essa é uma frase que se aplica a diversas ocasiões, de preferência de cores a modelos de carro, passando pelo estilo de roupa e tantas outras situações. Esse é o caso também, pode-se dizer, dos vinhos. É importante, sim, ouvir a opinião de quem é iniciado no universo da bebida, mas, se você está começando a dar os primeiros goles, tente guiar-se pelo seu paladar.

Mesmo que, neste momento, você não tenha conhecimento técnico para analisar de forma visual, olfativa e gustativa um vinho, isso não é um impeditivo para você apreciar a bebida. Por isso mesmo, o que mais importa é o seu gosto. E vamos ajudar você a identificar algumas nuances para descobrir qual vinho mais se encaixa em seu perfil.

Se você já tomou algum vinho e esse lhe deixou com a língua meio adstringente, com uma sensação de paladar ressecado, tipo um caqui que dá liga, isso significa que você provou um vinho tânico. Nesta categoria, estão vinhos bem conhecidos, como o Cabernet Sauvignon, o Malbec, o Syrah e o Tannat, por exemplo. Estes taninos estão naturalmente presentes nas cascas e sementes, e acabam se transferindo para os vinhos durante a fermentação que, no caso dos tintos, acontece na presença das cascas visando a extração da cor e outros compostos fenólicos.

Se esse paladar não lhe agradou, você pode optar por vinhos brancos. Como sua fermentação ocorre, comumente, sem a presença da casca da uva, a quantidade de taninos é muito inferior à dos tintos. Mas caso você prefira vinho tinto, não se preocupe. Pinot Noir, Merlot, Gamay e Cabernet Franc são algumas variedades que se enquadram na categoria de tintos mais leves e menos tânicos. Claro que há outros fatores que influenciam nos taninos, como o tempo de fermentação, o período de amadurecimento na madeira (barricas de carvalho) e o estilo de vinificação que se deseja: para vinhos mais jovens se evita a extração de taninos, já para vinhos mais longevos se extrai maiores quantidades de taninos para proteger esse vinho durante seu tempo de envelhecimento.

Mas há outros elementos que influenciam no paladar, como a acidez, por exemplo. Essa percepção se dá por uma salivação maior, e a sentimos mais fortemente nas laterais da língua. Todos vinhos têm acidez, e seu equilíbrio é muito importante para agradar o paladar.

A acidez mais alta é encontrada em brancos leves e tintos jovens como Pinot Noir e Malbec, entre outros, e nos espumantes Brut, Extra-Brut e Nature. Em espumantes mais doces, a acidez acaba sendo mascarada pelo açúcar, sendo muito importante haver equilíbrio entre a sensação doce e ácida para que o produto tenha frescor e não seja enjoativo. Brancos encorpados que maturam por algum tempo em barrica e tintos de guarda apresentam, em geral, uma sensação ácida mais baixa.

Um outro fator a ser analisado para ajudar a identificar suas preferências é quanto aos aromas do vinho, que podem ser expressos pela idade da bebida. Vinhos com até três anos da safra, sem estágio na madeira, costumam ter aromas e sabores frutados ou florais.

Já aromas como couro, frutas secas e balsâmicos são encontrados em vinhos um pouco mais envelhecidos, acima de 3 anos do engarrafamento ou em vinhos com potencial de guarda ainda maior.

Um fator decisório também pode ser o teor alcoólico do vinho, que costuma se concentrar na faixa entre 9% a 15%. Os que têm abaixo de 13% de álcool costumam ser mais refrescantes, enquanto os que possuem acima de 14% apresentam sensação mais doce e aquecem as papilas gustativas.

Lembre-se: o que importa, na hora de degustar um vinho, é o gosto pessoal. Prove, experimente. Há vinhos para todo tipo de paladar. Basta conhecê-los.

 

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